Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

29 setembro 2005

Numas flores azuis...

Deitei-me numas flores azuis e encostei a cabeça na almofada. Agarrei-me à minha solidão e deixei-me ficar... parada no espaço... parada no tempo...
Não conseguia imaginar nada, nem conseguia pensar em nada. Foi então que resolvi dar lugar à minha individualidade e à concretização de um dos meus pequenos prazeres. Peguei num cigarro e deixei o fumo escapar-me por entre os dedos. Deixei que as letras e as imagens do computador me invadissem o globo ocular.
De pouco serviram as luzes e as cores do computador, porque em nada me fizeram sorrir. Queria um e-mail a piscar. Ao invés disso tinha milhentos e-mails mas de luzes apagadas.
Desliguei o computador e deitei-me novamente nas flores azuis e para meu espanto, o telemóvel piscava uma mensagem e pensei: afinal não estou esquecida!!! e sorri.
Mas a minha exigência segredou-me ao ouvido: de que serve a mensagem se o que eu quero és tu? e tudo desvaneceu! Questionei-me porquê, mas não consigo encontrar uma resposta. E mil e uma coisas me passaram pela cabeça.

És completamente estúpida!
Para que queres tamanha exigência?
Se se encontrassem ia ser tudo igual...

E novamente me iria questionar

Porquê?
Para quê essa exigência?
Quero mais do que a simples presença, a simples conversa, o simples envolvimento!
E porque é que as coisas não funcionam ao ritmo habitual?
Porque é que eu tenho que esperar eternamente por respostas que me elevem o espírito?
Porque é que regressei à inconstância que me caracteriza e compõe?
Porquê? Porquê?

Definitivamente, sinto-me cansada!
Tudo me dói, tudo mexe e remexe, tudo chora.
Voltei a encarcerar-me num silêncio desmedido e aqui permaneço sem saber que rumo tomar...

28 setembro 2005

P.S.

Some people just refuse to let any thing good happen to them!!!

E eu sou uma delas. Sem tirar nem pôr!
Hoje apercebi-me da realidade que me atormenta e me faz dar voltas e voltas, onde não existem voltas possíveis. De que serve questionar-me acerca do que não é questionável, mas apenas aceitável?! Rigorosamente nada. Tenho apenas que aceitar. Sem mais nem porquê.
Odiei-me quando me apercebi que o meu reflexo no esplelho não é em nada parecido comigo.
Porque hei eu de ter medo das emoções do coração?!
Porque não aceitei eu essa realidade quando tinha apenas meia dúzia de anos?
É tão triste concluir que não se dá nem se aceita, que se provoca um distanciamento horrível entre o real e o fantasiado! E dói! Dói tanto que apetece não sair mais donde se está. Nessa altura, apeteceu-me enfiar-me numa concha gigante e não sair de lá.
As conclusões a que chego acerca do assunto só me levam a perceber que de dia para dia há um novo problema, um problema que eu própria insisto em não resolver, perguntando-me infinitamente o porquê? E a resposta é tão clara: 'não sei!'
E de facto não sei.
Nem sei mais que dizer, só sei que tenho medo! Só sei que provoco sinapses completamente dessincronizadas, completamente desprovidas de sentido e vivo num silêncio desmedido, que me sufoca e me faz permanecer tempos e tempos no mesmo degrau.

27 setembro 2005

Regras da sensatez de Carlos Tê

nunca voltes ao lugar
onde já foste feliz
por muito que o coração diga
não faças o que ele diz

nunca voltes à casa
onde ardeste de paixão
só encontrarás erva rasa
por entre as lajes do chão

nada do que por lá vires
será como no passado
não queiras reacender
um lume já apagado

são as regras da sensatez
vais sair a dizer que desta é de vez

por grande a tentação
que te crie a saudade
não mates a recordação
que lembra a felicidade

nunca voltes ao lugar
onde o arco-íris se pôs
só encontrarás a cinza
que dá na garganta nós

26 setembro 2005

O ÚNICO DEFEITO DAS MULHERES

Quando Deus fez a mulher, já estava a trabalhar há seis dias consecutivos.
Apareceu um anjo que lhe perguntou: "Deus, porque estás a perder tanto tempo com esta criação?"
Ao que Deus respondeu: "Já viste a minha lista de especificações para este projecto? Ela tem que ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, tem mais de 200 partes móveis, todas substituíveis, e é capaz de sobreviver à base de Coca-Cola light e restos de comida, tem um colo capaz de segurar em quatro crianças ao mesmo tempo, tem um beijo capaz de curar qualquer coisa desde um arranhão no joelho a um coração ferido e faz isto tudo apenas com duas mãos."
O anjo ficou estupefacto com estas especificações. "Só duas mãos!? Impossível! E esse é apenas o modelo normal? É muito trabalho só para um dia. É melhor acabares só amanhã."
"Nem pensar", protestou Deus. "Estou quase a acabar esta criação que me é tão querida. Ela já é capaz de se curar a si própria quando fica doente e consegue trabalhar 18 horas por dia."
O anjo aproximou-se e tocou na mulher. "Mas fizeste-a tão macia e delicada, meu Deus".
"Sim, mas também pode ser muito resistente. Nem fazes ideia o que ela pode fazer e aguentar."
"E ela vai ser capaz de pensar?" perguntou o anjo.
"Não só é capaz de pensar como é capaz de negociar e convencer"
O anjo então reparou num pormenor e tocou na cara da mulher. "Ups, parece que tens uma fuga neste modelo. Eu disse-te que estavas a tentar fazer demais numa criatura só."
"Isso não é uma fuga, é uma lágrima."
"E para que é que isso serve?" perguntou o anjo.
"A lágrima é o seu modo de exprimir alegria, pena, dor, desilusão, amor, solidão, luto e orgulho."
O anjo estava impressionado. "És um génio, Deus. Pensaste em tudo."

E de facto as mulheres são verdadeiramente espantosas.
Têm capacidades que surpreendem os homens.
Carregam fardos e dificuldades, mas mantendo um clima de felicidade, amor e alegria.
Sorriem quando querem gritar.
Cantam quando querem chorar.
Choram quando estão felizes e riem quando estão nervosas.
Lutam por aquilo em que acreditam e não aguentam injustiças.
Não aceitam um "não" quando acreditam que existe uma solução melhor..
Prescindem de tudo para dar à família.
Vão com um amigo assustado ao médico.
Amam incondicionalmente.
Choram quando os seus filhos são os melhores e aplaudem quando um amigo ganha um prémio.
Ficam radiantes quando nasce um bebé ou quando alguém se casa.
Ficam devastadas com a morte de alguém querido, mas mantêm a força além de todos os limites.
Sabem que um abraço e um beijo podem curar qualquer desgosto.
Existem mulheres de todos os formatos, tamanhos e cores.
Elas conduzem, voam andam e correm ou mandam e-mails só para mostrar que se preocupam contigo.
O coração de uma mulher mantém este mundo a andar.
Elas trazem alegria, esperança e amor.
Dão apoio moral à sua família e amigos.
As mulheres têm coisas vitais a dizer e tudo para dar.
NO ENTANTO, SE EXISTE UM DEFEITO NAS MULHERES É QUE ELAS SE ESQUECEM CONSTANTEMENTE DO SEU VALOR.

22 setembro 2005

Arco-íris



Depois da "menina que tinha medo do escuro" vieram as cores e toda uma relação entre o sol e o arco-íris.
Chegou tudo ao famoso pote cheio de moedas de ouro, onde a fantasia se sobrpõe à realidade. Mas a fantasia mais não é do que o sonho que se torna realidade e é exactamente isso que se vê no arco-íris, onde as cores são a felicidade.
No fim do arco-íris há um pote cheio de moedas de ouro.
Eu ainda não encontrei o meu, mas todos os dias há sempre uma moeda que brilha ao fundo. É essa moeda que guardo no meu bolso e que me leva a sonhar e a crer que há um pote de moedas de ouro para todos os meninos e meninas, até para mim.
Não sei, ainda, onde está o fim do meu arco-íris, mas ele existe! É bem real. Basta que acredite e sinta que a moeda está no meu bolso a toda a hora e se mexe de quando em vez só para me lembrar que a minha felicidade está sempre ao pé de mim!

21 setembro 2005

Se eu plantar estrelas, que irá florescer?! Quero uma estrela ainda maior!!! Quero uma estrela que brilhe sempre e me faça sorrir.

Tudo conspira!!!

Quando percebi que à minha volta o mundo que girava, conspirava contra mim, deixei-me levar pela dúvida e pela incerteza e perdi-me no meio da confusão que eu própria gerei.
Corri atrás de uma certeza que parecia ter encontrado. Mas falhei. Mais uma vez. Mais uma de tantas vezes falhadas. Simplesmente, não compreendo.
Tenho tanta certeza do que quero. Sei de cor os passos que queria dar, mas de nada me serve, porque embora não haja ‘falsas intenções’ nem caminhos mandados por alguém, há o vazio. O vazio que me consome e que transforma o meu sorriso em dor.
E que ansiedade que se gera! Surge o conflito interno das noites mal dormidas, dos erros que se cometem de cada vez que se proferem palavras, das vozes que gritam em silêncio dentro de uma alma fechada numa caverna onde mal se vêem as sombras.
Às vezes, tenho vontade de desaparecer!
Outras tenho vontade de me despojar de qualquer tipo de sentimento e viver apenas com o meu racional.
Sinto-me cansada. Tão cansada que as minhas pálpebras pesam e as minhas mãos tremem. Tão cansada que a única vontade que existe é a de dormir e não voltar a acordar.
Continua tudo a ser ‘tão breve e tão fugaz’ que nada me faz entender o mundo que me rodeia.
Concluo que assim não sei viver. Assim não quero viver.
No entanto a eterna dúvida. Desistir?!
Não quero. Mas tudo me leva a crer que não vale a pena não desistir. E isso consome-me. Afasta-me das minhas recentes conquistas. Separa-me da minha realidade e transforma o positivo em negativo.
Quem de entre as legiões de anjos consegue responder à minha questão?

14 setembro 2005

Vazia...

Sinto-me oca!
O sol lá fora brilha e a minha sina é estar em frente a um ecrã de computador, a olhar para uma fotografia tirada há uns anos.

Olho e vejo uns olhos tristes. Olho e vejo um rosto moreno do sol. Recordo os dias passados e apetecia-me voltar atrás. Apetecia-me estar novamnete na praia em dia de vento.
O relógio não pára, não recua, nem avança, mas hoje o que apetecia era que tudo parasse. Mas como diz alguém que aprecio... "É tudo tão fugaz e tão breve", e concluo eu, que nem os bons momentos superam o vazio que sinto.
Ahhhhhhhhhhhhhh.....
Quero gritar mas não tenho voz! Quero sorrir mas não tenho vontade! Quero o meu espaço mas não o alcancei ainda. Quero tudo e nada ao mesmo tempo...

11 setembro 2005

Para a minha maninha linda!


Apesar de ter gostado de ler o que escreveste e de perceber que há muito dentro de ti, tenho que me render às evidências! A minha maninha linda CRESCEU! E é tão estranho dar conta disso. Apercebo-me que muita coisa muda, mas constato cada vez mais a necessidade de perceber que as coisas de facto mudaram.
A tristeza que te percorre as entranhas não é mais do que habitual, o que é difícil é ser capaz de a ultrapassar e fazer com que a paz, a alegria e a harmonia voltem a reinar. Sabes bem que não gosto dos teus lindos olhos a verterem lágrimas amargas, de dor e de sufoco!
Hoje não sabes o que queres, mas amanhã o sol brilhará! Tu sabes! Brilha sempre, porque há sempre alguém ao teu lado a sorrir e pronto a dar-te a mão. E mesmo se tu não a conseguires esticar esse alguém irá com certeza puxar-te. É exactamente por isso que lá está. E eu estou lá. ACREDITA!!! E cada vez mais. Por alguma razão sou mais velha (embora ultimamente os papéis se tenham invertido um pouco =) mas ainda assim, sei que as coisas vão mudar)!
Espero que encontres aquilo que precisas. Pode não ser hoje, pode não ser amanhã, mas será num dia bem próximo. Basta que tenhas paciência. Aliás, tu sabes - 'saber esperar é uma virtude'. Apenas tens que adicionar mais esta à tua lista.
Um beijão grande de quem te ama muito, do fundo do coração!
FORÇA!

08 setembro 2005

A noite de hoje?!

Quem conta como vai ser a noite?!

Eu não consigo!

E se alguém souber, por favor, avise!

Não sei se a lua espreita,

Não sei se há nuvens!

Mas adoro a noite...

07 setembro 2005

bee mine!!!

E por vezes...



E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braço que apertamos
Nunca mais são os mesmos nunca mais
E por vezes encontramos de nós em poucos meses
O que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
Ao tomarmos o gosto aos oceanos
Sob o serro das noites não dos meses
Lá no fundo dos corvos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes num segundo se envolvem tantos anos

O hoje... e a chuva...

Hoje regressei ao meu mundo.
Foi tão bom!
Mesmo muito bom. Concluí aquilo que andava a reflectir.
Apercebi-me de uma realidade que é minha e da qual ando persistentemente à busca.
Surgiram uma série de coisas de um passado longínquo. Coisas que me fizeram perceber que efectivament e há coisas que precisam de mudar e que têm um qualquer fito que eu desconheço. Ainda assim senti-me feliz, por ter percebido que havia hipótese de recuperar muitas das minhas alegrias.
Continuei feliz por ter percebido que não sou assim tão pequenina quanto julgo e que há alguém que está pronto para me fazer ver isso mesmo, para me deixar em paz comigo mesma.
Depois, tentei descortinar o meu problema da insegurança, do medo, da inconstância e da raiva que surgem de situações decorrentes de expectativas frustradas. E consegui fazê-lo. Fiquei em paz comigo mesma e com aquilo que me atormentava o espírito! Fiquei feliz!
Mais tarde recuperei toda a irritação que me atormentava e apenas consegui fazer prevalecer aquilo que mais abomino - a raiva!!! Consegui entrar em conflito comigo mesma e olhar para o mundo como se ele estivesse novamente a preto e branco. Todas as cores deixaram de existir e tudo conspirava contra mim. Mas nada a que eu não esteja já habituada...
Preciso apenas de uma longa conversa e daquilo a que eu chamo 'esclarecimento de dúvidas'. Talvez esteja para breve... não sei! E cá está novamente o 'não sei'... e eu só pergunto 'porquê?!'
Lá fora a chuva cai. Cá dentro também se sentem as gotinhas a cair.
A melancolia e a solidão voltam a sentir-se e apenas percebo que nada disto vale a pena, mas é tão difícil (ainda) ultrapassar o instinto e ser capaz de viver na paz diária.
Quero mais. Sempre mais. Mas não é possível e o desespero acaba sempre por falar mais alto.

05 setembro 2005

Lembranças




Como é bom o silêncio!

Dentro de uma casa estão duas pessoas e apenas se ouve o chilrear dos passarinhos lá fora!
Ainda assim, está tudo em silêncio! E é tão bom.
O sol, de vez em quando, espreita pela janela entreaberta e, embora sem ligação, recordo-me de ti, do som das ondas a bater nas enormes rochas que se viam da falésia.
Nessa altura, estava noite! Não havia estrelas, nem se via a lua, apenas a pouca neblina sobre o mar que se agitava pela costa.
O tempo voou... parecia que tudo sabia a pouco, parecia que faltava uma série de coisas... queria eu que a noite não tivesse fim. Queria eu que não amanhecesse e que o tempo tivesse parado para o resto do mundo... Apetecia-me falar em saudades... mas para quê? Apenasmente para dizer que são uma constante. Depois... apetecia-me falar do medo que me persegue e que insiste em sobrepôr-se muitas vezes à realidade das coisas. Mas para quê? Não sei.
Não sei é, de facto, uma expressão fantástica. Por estranho que pareça é uma constante nas nossas conversas. Acho que nem o pacto serviu para a amenizar. Mas isso não importa! Tal como tu dizes, o que importa é o agora. Futurismos não contam. "Tá-se e pronto!" O amanhã logo se vê!