Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

30 maio 2006

Perdida...

Ela viu-se perdida!
Por muitos kilometros percorridos pela mesma estrada todos os dias, por muitas páginas lidas e absorvidas todas as palavras!
Ela sentia-se profundamente perdida, como se o inverno tivesse voltado a aparecer na sua vida!
Seguiram-se dias de solidão, mas de profunda compreensão!
Mirava as ruas e caminhava vezes sem conta pela mesma calçada, mirando tantas vezes os mesmos locais e os mesmos espaços. Os cheiros eram semelhantes a tudo. Era tudo indiferente. Até o café que bebia e deixava arrefecer numa chávena italiana.
Tinha tudo.
Faltava-lhe tudo.
E continuava a sentir-se perdida.
Olhou para o céu e viu uma quantidade enorme de nuvens escuras. Talvez voltasse a chover. O melhor era regressar. Regressar a uma casa que não era sua, nem na qual se sentia em casa. Mas não tinha alternativa.
Por isso voltou.
E voltou às recordações...