Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

12 junho 2006

Ela...

Entrou novamente naquela rotina que não queria. Encarcerava-se num espaço, qualquer que fosse ele e deixava-se estar. Perdia-se no tempo e do mundo que a rodeava, quer fosse ele bom ou mau, interactivo ou não.
E a única pergunta que insistia no seu espírito era "Quem sou eu?" Repetiu-a tantas vezes que acabou por desistir.
Nenhuma foi a conclusão que tirou, apenas percebeu que "era". "Era" qualquer coisa que estava algures, sem perceber com que objectivos, nem com que mais valias. Sentia-se um formiga esborrachada por pés gigantes, com poderes de destruir vidas, porque simplesmente os mais fracos existem e não têm capacidade de defesa.
E voltou a questionar-se "mas se eu tenho tantas defesas, porque raio não consigo desviar-me das pisadelas de gigantes? Porque raio não consigo eu usar as minhas defesas para me ultrapassar?"
Nada foi o que conseguiu pensar e nada foi o que conseguiu concluir.
Desespera a cada momento que se vê posta de lado, tratada como um objecto sem valor e sem sentido nenhum, que apenas existe porque sim.
Odeia esta vida. Odeia este tempo. Odeia aquilo que a rodeia.

3 Comments:

At terça-feira, 13 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

"Nascemos para voar e temos obrigação de levantar voo sempre.
Isso digo eu, que caí e despedacei-me muitas vezes.
E, não obstante, insisto.
Quando você sentir que vem abaixo, que cai vertiginosamente entre fragmentos e ossos, entre prantos de areia e aguaceiros de vidro, bata as asas algumas vezes. E para cima!"

 
At terça-feira, 13 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

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At terça-feira, 13 junho, 2006, Anonymous Anónimo said...

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