Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

30 agosto 2005

O mar quase não agita!
As poucas bandeiras existentes também não!
A música deuxou de ecoar. Apenas se ouve a pouca ondulação na areia.
A noite de ontem foi calma e o dia de hoje é a minha paragem. Dormi bastante. quando me levantei vi que o dia estava no auge e optei por sair de casa, mesmo sozinha, para desfrutar do sol.
Como é típico da minha individualidade - aprendi esta palavra no domingo, depois de uma quantidade enorme de lágrimas que corriam ao perceber que afinal sou capaz de estar comigo e de me ir aceitando; perccebi que vou a encontro da minha paz e isso só me faz sentir feliz - percebi que o tempo esperava por mim e apenas me pedi mais um espaço para o meu encontro! E hoje estou bem. Consigo sorrir, mesmo para o sol, mesmo para o vazio preenchido!
Pouco tem sido o tempo dedicado a essa minha individualidade, mas cada vez mais me apercebo da sua importância e da necessidade de a ir cultivando - só assim conseguirei resolver os meus fantasmas.
E aqui levanta-se uma questão: quais são, de facto, os meus fantasmas???
Ao tentar responder, deparo-me com uma resposta que desconheço em parte, embora haja sempre um sininho que soa e me faz recordar a problemática da individualidade associada à solidão. Talvez seja este o meu grande fantasma... Mas neste momento não me preocupa.
Ontem li aquilo que John Donne deixou no 'por quem os sinos dobram' de Hemingway:

Nenhum homem é uma ILHA isolada; cada homem é uma particula do continente, uma parte da TERRA; se um TORRAO é arrastado para o MAR, a EUROPA, fica diminuída, como se fosse um PROMONTÓRIO, como se fosse a CASA dos teus AMIGOS ou a TUA PRÓPRIA, porque sou parte do GENERO HUMANO. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por TI.

Aqui percebi um pouco a realidade das coisas.
E por aqui caminho.
Estou bem!

25 agosto 2005

Pra Suzana e pro João!!!

Hoje o céu está mais azul, eu sinto!

Fecho os olhos, mesmo assim eu sinto!

(…)

Sinto que o dia de hoje é o início de uma nova etapa na vida deste casal.

Sinto que tudo o que até hoje se viveu será como o prólogo de uma história.

Apetece-me contar-vos uma…

Sentei-me num degrau de umas escadas de uma casa de uma aldeia beirã. Uma aldeia que conta muito e muito pouco. É uma aldeia que descobri ter em comum com alguém que faz hoje parte da minha vida e me fez vir aqui hoje partilhar uma enorme alegria.

A descoberta teve lugar numa mesa de refeitório com mesas cor-de-laranja, onde as caixinhas e os saquinhos de plástico são diários!

Nessa mesa foram partilhadas muitas coisas. Risos, opiniões, maluqueiras, ideais, sonhos…

Foi, então, nessa mesa que comecei a descobrir a Suzana. Como direi?! Uma mulher com ideais fantásticos, uma filosofia de vida estrondosa e uma disponibilidade fantástica.

Como diria Exupèry, fomo-nos cativando, todos os dias um bocadinho e aos poucos tornámo-nos amigas.

Trabalhámos imenso juntas, especialmente neste último ano! (Tu bem sabes Suzana!!! – finalmente, consegui tratar-te por TU!)

E foi neste ano que apareceu o João! Muito se ouvia falar dele nos gabinetes da Casa de S. Vicente, no carro, sei lá mais por onde! Até que, foi necessária a sua ajuda para um trabalho, que como não poderia deixar de ser estava relacionado com computadores! (piscar o olho!) Falámos algumas vezes ao telefone, outras por mail. Até ao dia do concerto do nosso caro Cissoko, onde ambos íamos adormecendo – o tipo era francês e não se percebia nada! (sorriso)

O tempo foi passando e nada disto estava programado! Foi completamente inesperado, mas ainda bem que acontece hoje esta união.

Gosto muito de vocês e acredito piamente que têm tudo para ser felizes, por isso só vos desejo longa vida!

Depois de ter lido o convite, imaginei variadíssimas coisas para vos trazer, mas as únicas que me pareceram viáveis foram, sem dúvida, esta caixa (decorada por mim), com motivos alusivos ao mar. Dentro desta caixa, resolvi colocar uma pequena tocha! Por duas razões:

1. É o nome do João;

2. É alusiva a uma história que a Suzana contou um dia e que foi fundamental para mim.

Com uma tocha eu tenho vindo a descobrir o meu caminho.

Com uma tocha a Suzana e o João encontraram-se e com ela permanecerão, lado-a-lado.

Quero apenas deixar-vos uma frase de um filósofo muito antigo e que para mim faz todo o sentido nesta tarde:

Duma vez por todas foi dado este breve preceito:

“Ama e faz o que quiseres.”

Se calas,

Cala por amor.

Se falas,

Fala por amor.

Se corriges,

Corrige por amor.

Põe no fundo do coração a raiz do amor.

Dessa raiz não pode crescer senão o bem.

Santo Agostinho


Deixo-vos um grande beijo e o desejo do melhor!


21 agosto 2005

O pôr do sol

De repente, olhei para o horizonte e o brilho do sol a pôr-se à mistura com as nuvens espessas, mostrou-me serenidade e calmia.
Em simultâneo, sobre um dos telhados e casas antigas erguia-se um fumeiro que, então, começou a fumegar. À mistura com a paisagem bucólica, lembrou-me o outono, que devagarinho se vai aproximando, embora as cores não sejam ainda outonais!...

18 agosto 2005

só uma frase!

10 agosto 2005

Praia

Um belíssimo dia de praia!
Como há dias não existia.
O mar ruge e vibra. Tem-se manifestado forte e poderoso.
Claro e capaz de me pôr a alma no auge.
Acalmei!

05 agosto 2005

Litoral alentejano

Litoral alentejano
Casas brancas
Brisa fresca
Sossego desmedido!

São estas as expressões que se fazem sentir hoje, nesta vila que evidencia um tempo de paragem, um tempo de férias.
Os seres que acompanho miram os anjos em planos superiores ao térreo e permitem o desfrutar da calmaria propícia às férias, coisa que não tem acontecido nesta última semana. Uma semana que paradoxalmente se manifestou calmamente desconcertante e irritante.
Fizeram-me falta os meus momentos comigo mesma, muito embora em cada um deles haja sempre um quê de inquietação.
De há uns tempos para cá tenho vindo a tentar escutar-me, mas é tão difícil, é tão complicado entender o que eu própria quero, o que eu sinto, o que eu penso. Ou talvez não. Talvez exista apenas o medo de cair novamente em terrenos repletos de veladas areias movediças e como não conheço os terrenos que piso, deixo-me ir com significativa cautela.

Mas não me apetece
Não quero
Quero continuar a correr os riscos habituais e perder-me e ganhar qualquer coisa. Perder outras, mas sobretudo experimentar.
Claramente, o racional e consciente de mim tem medo, não quer arriscar, não quer perder-se, não quer experimentar. E depois?! Depois há sempre dois seres que mal se conhecem e têm ambos de experimentar.