Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

05 agosto 2005

Litoral alentejano

Litoral alentejano
Casas brancas
Brisa fresca
Sossego desmedido!

São estas as expressões que se fazem sentir hoje, nesta vila que evidencia um tempo de paragem, um tempo de férias.
Os seres que acompanho miram os anjos em planos superiores ao térreo e permitem o desfrutar da calmaria propícia às férias, coisa que não tem acontecido nesta última semana. Uma semana que paradoxalmente se manifestou calmamente desconcertante e irritante.
Fizeram-me falta os meus momentos comigo mesma, muito embora em cada um deles haja sempre um quê de inquietação.
De há uns tempos para cá tenho vindo a tentar escutar-me, mas é tão difícil, é tão complicado entender o que eu própria quero, o que eu sinto, o que eu penso. Ou talvez não. Talvez exista apenas o medo de cair novamente em terrenos repletos de veladas areias movediças e como não conheço os terrenos que piso, deixo-me ir com significativa cautela.

Mas não me apetece
Não quero
Quero continuar a correr os riscos habituais e perder-me e ganhar qualquer coisa. Perder outras, mas sobretudo experimentar.
Claramente, o racional e consciente de mim tem medo, não quer arriscar, não quer perder-se, não quer experimentar. E depois?! Depois há sempre dois seres que mal se conhecem e têm ambos de experimentar.