Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

17 novembro 2005

Tristeza

A casa está cheia de gente. Gente que ri. Gente que aproveita. Gente que não pensa nos seus males. E eu, eu que penso nos meus, mesmo dentro desta casa, sinto-me completamente sozinha. Profunda e tristemente sozinha.
As lágrimas começaram a rolar, como se se tratatsse da coisa mais normal do planeta. E o sufoco continua presente, o nó na garganta a evidenciar-se. E eu, eu não consigo controlar nada.
Olho para o telefone que insiste em não tocar. Novamente, as lágrimas se lembram de inundar o quarto vazio, sem sombra de felicidade!
Que ódio!!!
Tudo o que gira à minha volta, e que está errado ou descontrolado, tem que rebentar ao mesmo tempo! Quem julgam que sou? A super-mulher?! Puta que a pariu!!! Não sou. Sou tão fraca quanto os raios de sol que se evidenciam no Inverno. Eles não aquecem. Eu deixo de existir. Passo a ser a formiguinha que perdeu os amigos e ficou sem rumo.
Sinto-me completamente estatelada no chão, como um ovo estrelado. Sinto-me usada, perdida, ignorada e estou cansada. Tão cansada que acabo por violentar-me com aquilo que faço ou digo.
Às vezes não sei para que sirvo, nem o que estou aqui a fazer.

Tenho frio. Tanto frio que toda eu tremo.

E penso que sou um fracasso. Um total e completo fracasso.