Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

31 março 2003

Que se passa hoje? Que a dor de cabeça não passa? Tudo me parece irreal, até a vida que considero a minha realidade! O vazio predomina no meu pensamento. O vazio é o nada em que penso. A ideia é sempre a mesma; o vazio e mais nada. Parece que mais nada existe para além de mim e do próprio vazio em que eu própria me encarcero.

Sou prisioneira de mim mesma, daquilo em que me tornei, daquilo em que teimo em manter, daquilo que nem eu própria sei o que é!

Não odeio a vida, odeio aquilo em que ela se tornou, aquilo que eu mudei e aquilo que teimo em manter, não digo numa vida, mas numa estupidez que não entendo. Disse que o céu era o limite e que a morte, talvez, o meu fim.

Não acredito em nada. Nem em mim, nem naquilo que faço. Nem naquilo que vivo ou teimo em viver.

Os outros são meras personagens de teatros marionetas que eu não comando, mas que compõem e adornam o meu mundo. São tudo peças que eu não compreendo, porque não são estáticas, mas teimam em viver no meu mundo estático.

O inatismo prevalece sobre a matemática que outrora me compôs.

O racionalismo foi, em tempos, a dor do meu ser, por se ver sobreposto à emoção em que sempre insisti viver e alimentar-me.

Agora?! Agora não existe nada e o vazio é a mera contemplação da irrealidade fugaz e perpétua.

Paradoxalmente, tudo se resume a mim...