Azul

o reencontro com uma alma que existe dentro de um corpo etéro desprovido de lógica

29 março 2003



É sempre tão bom falar contigo! As palavras expressas...

O silêncio saboroso, o café pouco quente! Tudo sabe a nostálgico, tudo sabe a poético, num culminar de sorrisos e olhares que transcendem a simplicidade, mas não tornam complexa a nossa existência!

O dia permaneceu escuro, tal como o conteúdo deprimente dos nossos diálogos, dos nossos medos, muitas vezes, reduzidos a cinzas e a pó.

A tinta desliza ao sabor dos ponteiros do relógio e do movimento do planeta azul, onde vagueiam nuvens e sopros de ar!

A lua está longe e escondida. O silêncio das horas manifesta-se estranhamente atento e a delícia das gotas de água que chovem enchem a maresia de alívio, numa calma quase matinal.

Nada soa a desespero! Nada soa a tristeza, mas as melodias que se ouvem soam a "momentos", a cartas rasgadas lançadas ao vento e à libertação da alma! Num silêncio aflito, todos os olhares matam, todos os gestos destroem... mas é com tudo isso que a montanha se ergue, o mar agita e a vida renasce, num fogo superior ao entendimento!