Pediram-me para contar uma história, mas eu não sou poeta., muito menos escritor e tudo aquilo que contar será mera fantasia da minha imaginação. Contexto não falta, à excepção daquilo em que julgo estar correcta. Contudo, nenhuma das minhas ideias correspondem, de facto, a uma realidade – será qualquer coisa em que gostaria de acreditar ou de vivenciar, mesmo que em sonhos.
Se, por um mero acaso, conseguir transformar a realidade que se manifesta tão negra em muitos aspectos, serei capaz de me tornar um pouco mais feliz, ainda que efémera ou fugazmente.
O meu sonho futurista não se limita à concretização de ambições ou ideais presentes, mas provavelmente de um ideal surrealista, decorrente daquilo que ambiciono numa perspectiva mais longínqua e necessariamente provida de sentido, um sentido confortante, que permite a caminhada ao longo de um trilho sinuoso, num mundo repleto de injustiças e sacrifícios.
Será certamente importante manifestar a, redundante, mas impreterível, importância da saúde e da nobreza de sentimentos, da boa profissão e da melhor capacidade de entendimento, de nós mesmos e dos outros.
Hoje, sinto apenas a indiferença de uma chuva que cai e molha tudo aquilo em que toca, uma indiferença que se manifesta numa transformação temporal e meteorológica numa pacatez de alma e de confiança nos outros que circulam em torno da tal felicidade, para mim e para tantos, finita e inconstante.
Eu gostava de olhar para ti, a Estrla-do-Mar, são apenas melodias poetizadas de qualquer coisa que me identifica contigo, com uma personalidade que, apesar de não ser a minha, tem muito para enquadrar, mesmo que num pretextos despropositado.
A lareira acesa... um livro feliz... uma filosofia que transparece não o empirismo, nem o absolutismo ou o relativismo da vida e da felicidade ocultam todo um existencialismo proposto pelas mentes mais sábias, mentes que elevam o seu conhecimento ao máximo expoente e consideram a vida como qualquer coisa de forçoso e necessário para o entendimento de si próprios. Já dizia Exupéry acerca do cativar serei teu amigo se me cativares e tu serás meu amigo se te deixares cativar, se se aprender a gostar, a demonstrar que se gosta e a viver, não em função desse gostar, nem desse alguém, mas, para além de nós, da vida e de uma relação que deve ser fortificada dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano...
Amizade é peça fundamental do puzzle da existência humana, tal como a consciência da existência da morte – o culminar de um caminhar, de um trilho; é apenas uma nuvem que termina o seu ciclo e chove, dando possibilidade ao sol de se expressar, de manifestar o seu quê de felicidade...
Já o amor, o amor... o amor ou a paixão... têm muito que se lhe diga!!!... Um sentimento peculiar, desconhecido e incerto, característico e estranho...
Uma lágrima que teima em não cair e desespera pela melhor oportunidade para se fazer sentir... eu não sei o que me aconteceu/foi feitiço/o que é que me deu? – nem eu própria sei ou admito a realidade, que, num perfeito paradoxo, pouco ou nada tem de real. Trata-se de uma certeza incerta, de um sonho tornado pesadelo.
A eterna satisfação nas relações que se criam começam, agora, a surgir em fragmentos de papel, de fumo, de melodias e de trocas de palavras... parecem surgir no descontexto e num fanatismo desmedido, perdido! Nada parece querer mudar, nem mesmo o sorriso do sol que me ilumina e aquece, nestas manhãs, não invernais, mas frias e repletas de um secreto misticismo que eleva o negativismo do espírito à mais infeliz das criaturas, que na verdade apenas se demonstra descontente com a vida e com as suas relações amistosas, com a sua pacatez de vida!
O pó nascido nos móveis carregados de nostalgia e memórias, de velas e de livros, de fotografias e nomes redigidos ao acaso, continuam estáticos e a desesperar pela suavidade de um toque, macio de mãos, bonitas e cravadas de apologias e de filosofias desmedidas, numa sinfonia pacífica e com cheiro a maresia... os armários anseiam pela criança que outrora existiu e se escondia de cada vez que tudo conspirava contra ela, pela lanterna que a iluminava e a trazia de volta à vida, como que numa ressurreição perfeita de desejo próprio e impróprio, fantasiado e incomensurável.
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